Fé prática na Divina providência
Nosso Pai e Fundador valoriza muito a fé na Divina Providência e deu-lhe um lugar especial na espiritualidade de Schoenstatt. Ela é uma das três mensagens de Schoenstatt (as outras duas são a mensagem da Aliança de Amor e a mensagem da Fé na Missão) – que diz respeito à nossa consciência de missão como instrumentos nas mãos da Mãe de Deus.
A doutrina sobre a Divina Providência afirma que Deus não apenas criou o mundo, mas que o governa com amor e sabedoria.
O nosso Pai e Fundador ensina que acreditar na Divina Providência é crer que “desde toda a eternidade com amor, sabedoria, e onipotência Deus traçou o grande plano do mundo e, também o plano da minha pequena vida. E com amor, sabedoria e onipotência, Ele realiza o pequeno plano de nossa vida até os seus mínimos detalhes, mas sempre independente de nossa livre vontade”.
O que queria dizer nosso Pai e Fundador com a expressão ‘Fé prática na Divina Providência’? Ele explica que Fé prática na Divina Providência é o caminho pelo qual todo o mundo da fé entra em contato com a nossa vida. Ela nos ajuda a, em todo momento, responder: ‘Como Deus toca a minha vida? Como posso chegar a Ele nas mais diversas situações?’
Toda a fé, na verdade por natureza, deveria ser prática, isto é, uma prática de vida, da vida vivida. Ao contrário do que, num primeiro momento se possa pensar fé não é o reconhecimento intelectual de uma verdade, mas sim uma postura, uma atitude de vida que nasce de um reconhecimento de fé. Repetidas vezes nosso Pai e Fundador afirmou que na história da Família de Schoenstatt não encontramos visões, nem sonhos milagrosos a nos indicarem a vontade de Deus, somente atinge a prática na Divina Providência, tanto na sua fundação, como na sua lenta e gradual “construção” ao longo dos anos. Apesar disso, ele não receava dizer “…ousamos repetir confiantes, ano após ano, a palavra do mago Egípcio: ‘hic est digitus Dei’ (Aqui está o dedo de Deus)!
A fé na Providência Schoenstattiana está baseada na forte convicção de que Deus é um Pai de amor e de bondade. A verdade que Deus é um Pai que ama infinitamente seus filhos não é nova. É a grande mensagem que o Cristo nos veio trazer. Ele é quem nos revelou o Pai e não mostrou o caminho ao Céu como um caminho de filialidade. O Padre kentenich, todavia vai além, ensina que cada um pode e deve considerar-se como a “ocupação predileta” de Deus Pai. Ele explica a partir do princípio de que, como filhos de Deus, somos filhos de sua Providência.
Antes, é como se Deus e eu estivéssemos sozinhos no mundo, tal cuidado que Ele toma em suas mãos os fios da minha existência. Eu, a ocupação predileta de Deus e Deus a minha ocupação predileta.
Sabemos que nosso Pai e Fundador foi o homem da fé prática na Divina Providência. Ele pode ser representado como aquele que “tem o ouvido no coração de Deus e a mão no pulso do tempo.”
Nosso Pai nos ensina que Deus fala também através de “garras de leão”, mas conosco Ele sempre falou baixinho. Ele usou uma linguagem muito mais simples e mais silenciosa pelos acontecimentos do tempo. E porque foi Deus que nos falou através dos acontecimentos, explicam-se nossos grandes planos e também nossa grande ousadia.
Na história de Schoenstatt há quatro grandes marcos históricos.
Nesse encontro nos aprofundamos no primeiro marco histórico, que ocorreu em 18 de outubro de 1914, que é o ato de Fundação da Obra de Schoenstatt. Ele tem início em 1912 com o Documento de Pré Fundação.
O período de Pré Fundação do Movimento de Schoenstatt se estende de 27 de outubro de 1912 a 18 de outubro de 1914, sendo que em 19 de abril de 1914, foi inaugurada a Congregação Mariana, sendo essa a última etapa preparatória da fundação do Movimento de Schoenstatt.
Mas como que o Padre Kentenich chegou ao ato de Fundação?
Destacamos cinco sinais que serviram de fundamento para a decisão de Padre Kentenich:
01 – A sua própria experiência Mariana;
02 – O desenvolvimento dos jovens na Congregação Mariana;
03 – A capelinha colocada à disposição da Congregação;
04 – A leitura do artigo da revista sobre o surgimento do santuário de Pompéia;
05 – A Primeira Guerra Mundial.
Todos esses sinais levaram o Padre Kentenich a convicção de que a Mãe de Deus queria escolher a capelinha da congregação como o lugar de uma nova iniciativa e que tudo isso correspondia ao plano de Deus.
Foi assim selada uma Aliança de Amor entre a Mãe de Deus, o Fundador e seus Congregados. Esta aliança se comprovou como ato central da Fundação de Schoenstatt, que se constituiria como o Primeiro Marco da história, o alicerce de todo o desenvolvimento futuro da Obra de Schoenstatt.
Tatiane e Rafael Fantini – XXXII Curso